Como é o tratamento para apneia do sono?

Alexandre Nakasato • September 9, 2025

A apneia é caracterizada por interrupções repetidas da respiração durante o sono, o que pode levar a complicações graves como hipertensão, doenças cardíacas e fadiga extrema. O tratamento para apneia do sono varia conforme a gravidade do quadro e as necessidades individuais do paciente.


Neste artigo, você entenderá todas as opções disponíveis e como escolher o melhor tratamento para apneia do sono.
Continue a leitura para saber mais!


O que é a apneia do sono?


A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por
interrupções repetidas na respiração durante o sono. Essas pausas podem durar de alguns segundos a minutos e ocorrem várias vezes ao longo da noite, comprometendo a oxigenação do organismo e a qualidade do descanso. Existem três principais tipos da condição:


Apneia obstrutiva do sono (AOS):
Forma mais comum, acontece quando os músculos da garganta relaxam excessivamente e bloqueiam temporariamente a passagem de ar.


Apneia central do sono:
Causada por falhas na comunicação entre o cérebro e os músculos responsáveis pela respiração.


Apneia do sono complexa:
Combinação das duas condições anteriores, exigindo uma abordagem mais específica para o tratamento.


A AOS é bastante prevalente,
atingindo cerca de 25% dos homens e 10% das mulheres, de acordo com a American Academy of Sleep Medicine (AASM). O tratamento para apneia do sono deve ser personalizado, considerando a gravidade do quadro e as características individuais de cada paciente.


Como é feito o diagnóstico da apneia do sono?


Para definir o tratamento mais adequado, o primeiro passo é um diagnóstico preciso. O especialista pode solicitar exames específicos para avaliar a presença e a gravidade do distúrbio. Entre os principais estão:


  • Polissonografia completa: Exame realizado em laboratório que monitora diversos parâmetros, como frequência respiratória, nível de oxigênio no sangue, movimentos corporais e atividade cerebral durante o sono.
  • Polissonografia domiciliar: Versão simplificada da polissonografia tradicional, feita na casa do paciente.
  • Estudo do sono WatchPAT: Método portátil que analisa padrões respiratórios e cardíacos, oferecendo uma alternativa prática para o diagnóstico da apneia do sono.


Com base nos resultados desses exames, o médico determinará o tratamento mais eficaz para melhorar a respiração durante o sono e evitar complicações associadas à apneia.


Opções de tratamento para apneia do sono


O tratamento para apneia do sono varia conforme a gravidade do quadro e as características individuais de cada paciente. Em alguns casos, mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para aliviar os sintomas, enquanto em outros, o uso de dispositivos médicos ou até mesmo procedimentos cirúrgicos pode ser necessário. A seguir, confira as principais opções de tratamento.


1. Ajustes no estilo de vida


Para pacientes com apneia do sono leve, algumas
mudanças na rotina podem ajudar a reduzir os episódios de interrupção da respiração e melhorar a qualidade do sono:


  • Controle do peso: O acúmulo de gordura na região do pescoço pode pressionar as vias aéreas, dificultando a passagem do ar. A perda de peso pode minimizar esse efeito.
  • Evitar álcool e sedativos: Essas substâncias relaxam excessivamente os músculos da garganta, favorecendo o colapso das vias respiratórias durante o sono.
  • Posição ao dormir: Dormir de lado, em vez de de barriga para cima, reduz a obstrução das vias aéreas e melhora a respiração noturna.
  • Prática de atividades físicas: Exercícios regulares ajudam a fortalecer a musculatura respiratória e a melhorar a função cardiovascular, o que pode diminuir a frequência dos episódios de apneia.


Essas medidas podem ser eficazes para casos leves e também contribuem para potencializar outros tratamentos.


2. CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas)


O CPAP é um dos tratamentos mais eficazes para casos moderados e graves de apneia do sono. O aparelho mantém um
fluxo constante de ar por meio de uma máscara nasal ou facial, evitando o fechamento das vias aéreas durante o sono. Entre os benefícios desse tratamento estão:


  • Redução imediata dos episódios de apneia;
  • Melhora na qualidade do sono e na disposição durante o dia;
  • Diminuição dos riscos de complicações cardiovasculares associadas à apneia.


Estudos indicam que o uso contínuo do CPAP pode reduzir a sonolência diurna em até 70% dos pacientes (J Clin Sleep Med, 2020). Apesar de ser altamente eficaz, a adaptação ao aparelho pode levar um tempo, e o
acompanhamento médico é essencial para garantir o uso correto.


3. Dispositivos intraorais


Para pacientes que não se adaptam ao CPAP ou apresentam apneia leve a moderada, os dispositivos intraorais podem ser uma alternativa viável. Eles são aparelhos
moldados sob medida que reposicionam a mandíbula e a língua, mantendo as vias aéreas desobstruídas. São recomendados para:


  • Pacientes com apneia obstrutiva leve a moderada;
  • Pessoas que roncam, mas não apresentam um quadro grave de apneia;
  • Indivíduos que não conseguem se adaptar ao uso do CPAP.


Esses dispositivos devem ser ajustados por dentistas especializados e podem reduzir os episódios de apneia em até 50% dos casos leves.


4. Procedimentos cirúrgicos


Quando outras abordagens não são eficazes, algumas cirurgias podem ser indicadas para corrigir obstruções estruturais das vias aéreas. Entre as opções disponíveis estão:


Uvulopalatofaringoplastia (UPPP):
Remoção do excesso de tecido na garganta para ampliar a passagem de ar.


Avanço maxilomandibular:
Movimentação da mandíbula para frente, aumentando o espaço para a respiração.


Implante de estimulador do nervo hipoglosso:
Dispositivo implantado para estimular os músculos da garganta e manter as vias respiratórias abertas.


Septoplastia e turbinoplastia:
Correção de desvios do septo nasal e redução dos cornetos nasais para melhorar a respiração pelo nariz.


A decisão sobre a necessidade e o tipo de cirurgia deve ser feita em conjunto com um
otorrinolaringologista especialista, levando em consideração a anatomia do paciente e a gravidade da apneia.


5. Terapias complementares


Além dos tratamentos convencionais, algumas abordagens podem ser incorporadas para potencializar os resultados.


A terapia miofuncional ocorre através de exercícios específicos para
fortalecer a musculatura da língua e da garganta, reduzindo a obstrução das vias aéreas.


Na fisioterapia respiratória implementa-se técnicas para
melhorar a capacidade respiratória e o controle da respiração.


Enquanto no treinamento postural, ocorrem
ajustes na postura durante o sono para minimizar o colapso das vias respiratórias.


Essas terapias costumam ser mais eficazes para casos leves a moderados e devem ser realizadas sob orientação profissional.


O tratamento para apneia do sono deve ser
individualizado, considerando os fatores anatômicos, a gravidade dos sintomas e a resposta do paciente às diferentes abordagens. O acompanhamento especializado é essencial para garantir a escolha da melhor opção e melhorar a qualidade do sono e a saúde como um todo.


Restou alguma dúvida?


  • Qual o tratamento para apneia?

    O tratamento para apneia do sono pode incluir mudanças no estilo de vida, uso de CPAP, dispositivos intraorais, cirurgias e terapias complementares. A escolha depende da gravidade do caso.


  • O que é bom para tratar a apneia do sono?

    Controlar o peso, evitar álcool e sedativos, dormir de lado, praticar exercícios e usar CPAP ou dispositivos intraorais são medidas eficazes para reduzir os sintomas da apneia do sono.


  • Como reverter a apneia do sono?

    Em alguns casos, perder peso, corrigir problemas anatômicos com cirurgia e fortalecer a musculatura da garganta podem reduzir ou eliminar a apneia do sono. A avaliação médica é essencial.


  • Como saber qual é o melhor tratamento para apneia do sono?

    A definição do melhor tratamento depende de uma avaliação médica detalhada, que pode incluir exames como polissonografia. Casos leves podem ser controlados com mudanças no estilo de vida, enquanto quadros moderados a graves costumam requerer CPAP ou outras abordagens.


  • O CPAP é o único tratamento eficaz para apneia do sono?

    Não. Embora o CPAP seja o tratamento padrão para casos moderados e graves, existem outras opções, como dispositivos intraorais, cirurgias e terapias alternativas. A escolha do tratamento deve ser feita com base na gravidade da apneia e na adaptação do paciente a cada método.


  • Quando a apneia do sono é grave?

    A apneia é considerada grave quando ocorrem mais de 30 interrupções respiratórias por hora de sono, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e outras complicações sérias.


  • Tem medicação para apneia do sono?

    Não há medicamentos específicos para tratar a apneia do sono. O tratamento envolve dispositivos respiratórios, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, cirurgia para corrigir obstruções.


  • Quem tem apneia do sono corre risco de morte?

    Sim. A apneia do sono aumenta o risco de hipertensão, infarto, AVC e arritmias cardíacas, podendo ser fatal se não tratada corretamente.


  • O ronco sempre indica apneia do sono?

    Nem sempre. O ronco pode ser um sintoma da apneia do sono, mas também pode ocorrer isoladamente, sem interrupções na respiração. No entanto, se o ronco for alto, irregular e acompanhado de pausas respiratórias ou sonolência excessiva durante o dia, é essencial investigar a presença da apneia.


  • Quem dorme sozinho pode saber se tem apneia do sono?

    Sim. Mesmo sem um parceiro para observar os sintomas, sinais como acordar com a sensação de sufocamento, dor de cabeça matinal, cansaço extremo ao longo do dia e dificuldade de concentração podem indicar apneia do sono. Aplicativos de monitoramento do sono e exames domiciliares também podem ajudar no diagnóstico.


  • Crianças podem ter apneia do sono?

    Sim. A apneia do sono infantil pode estar relacionada ao aumento das amígdalas e adenoides, obesidade ou problemas neuromusculares. Crianças com o distúrbio podem apresentar dificuldades de aprendizado, irritabilidade e hiperatividade. O tratamento pode incluir cirurgia, controle do peso e uso de dispositivos respiratórios.


  • Qual o médico indicado para tratar apneia do sono?

    O especialista indicado é o otorrinolaringologista com experiência em medicina do sono.



Otorrinolaringologia e Medicina do Sono em São Paulo | Dr. Alexandre Nakasato


O tratamento para apneia do sono varia conforme a gravidade da condição e as características individuais de cada paciente. Desde mudanças no estilo de vida até o uso de CPAP, dispositivos intraorais e cirurgias, há várias opções eficazes para melhorar a respiração e a qualidade do sono. O
diagnóstico precoce e o acompanhamento com um especialista são fundamentais para evitar complicações de saúde.


Se você suspeita que tem apneia do sono,
procure um especialista para avaliação e escolha do melhor tratamento. Quando você descobriu que tinha apneia do sono? Compartilhe este artigo e deixe sua opinião nos comentários!


O Dr. Alexandre Nakasato é um renomado otorrinolaringologista e especialista em Medicina do Sono, com formação pela USP e vasta experiência em diagnósticos e tratamentos de condições como ronco, apneia, rinite, e sinusite. Com uma abordagem humanizada e foco em resultados, ele alia conhecimento técnico e inovação para proporcionar cuidados de excelência, sempre priorizando o bem-estar e a segurança de seus pacientes

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